Antes um aviso para os cinéfilos de plantão: eu assumo que o filme é bom. Sim, é bom, mas é chato pra burro! A narrativa se arrasta leeeeeeentamente ao longo dos 145 minutos (ou, se preferir, 2h25min!). Tudo demora para acontecer. E por uma decisão estética não são poucas as cenas que acontecem no escuro – quando digo escuro estou falando de tela preta sem imagem. E se não bastasse, a história é narrada pela personagem mais inexpressiva da trama. Outra coisa que eu não gostei, mas isso é uma questão de gosto pessoal, é o cenário: um vilarejo protestante em 1913. Pra mim, o ambiente tem de ser urbano e de 1920 pra frente. Bem, tirando esses detalhes, eu acho que o filme é bom.
Eu sai arrasada do cinema. Nem em “Cidade de Deus” ou “Tropa de Elite” eu vi tanta crueldade quanto nesse filme. A maioria das personagens são naturalmente más, em especial, as crianças – do Capeta mesmo! A melhor cena do filme, que fez valer os R$ 20 (absurdo!) empregados nesse divertimento, foi a entre o Barão (Ulrich Tukur) e a Baronesa (Ursina Landi). O diálogo entre o casal é o único momento de lucidez em todo aquele ambiente (e isso não força da expressão) dos infernos.
É um filme cruel de pessoas cruéis e que não quer ser fácil para o espectador. Meio Zagallo, sabe, “vocês vão ter me engolir”? Dá até pra engolir, mas causa má digestão.
É arte: não tem como não mencionar a fotografia. Algumas cenas de fato mereciam ser congeladas e colocadas em um quadro. A beleza estética até ameniza a feiura da condição e da alma daquelas personagens.
É fato: eu ainda estou chocada com o preço do ingresso do cinema. R$ 20 pra ver algo que pode ser reproduzido milhares de vezes? Alguém tem noção que eu vi os três ícones sagrados do Malevich paguei R$ 0,00? Por isso, cada vez eu vou mais ao museu e menos ao cinema.
:: A fita branca (Das Weisse Band): Drama. Direção: Michael Haneke. Alemanha/Áustria/França/Itália, 2009. 145 minutos
Agora sim! Bom, eu ainda não assisti esse filme, mas sei que é daqueles que precisamos estar com muuuita paciencia e tempo de sobra.
Queria assisti-lo antes do Oscar, mas nao vai dar.
Quando vir, darei meu parecer hehehe.
Beijos!